Egito,
dia 14 de abibe, do ano em que os filhos de Israel foram livres da escravidão.
Esse seria um dia decisivo. Dia de regozijo para alguns e desespero para
outros. Naquela noite, o anjo da morte visitaria o Egito e mataria a todos os
primogênitos, desde os animais ate o filho de Faraó. Esse seria o castigo de
Deus contra o Egito.
Como
fariam os israelitas para escapar dessa destruição? Não lhes bastaria serem
filhos de Abraão. Não seria suficiente serem pessoas boas e religiosas. O
livramento se daria mediante a obediência ao que Deus determinara a Moisés.
Naquela tarde, as famílias dos israelitas deveriam se reunir, e cada uma
deveria matar para si um cordeiro. Seu sangue deveria ser passado nos portais
das casas. Dentro delas, as famílias comeriam a carne do animal juntamente com
ervas amargas. A terrível noite chegou e, com ela, o anjo destruidor. Por onde
ele passava, deixava as famílias em agonia pela perda de seus filhos. Só
escaparam da tragédia aquelas casas em cujas portas havia o sangue protetor.
Essa foi primeira páscoa. Páscoa significa "passar por cima", ou
seja, o anjo passava por aqueles que estavam protegidos pelo sangue e não os
destruía. (Êxodo 12).
Naquela
mesma noite, os israelitas saíram do Egito. A partir desse dia, em todos os
anos, na mesma data, os israelitas comemoram a páscoa, matando um cordeiro e
comendo a sua carne. Essas comemorações eram apenas símbolo da páscoa
comemorada por Jesus com seus discípulos, momentos antes da sua morte. Todos os
cordeiros mortos representavam o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo
(João 1.29) e que seria morto em uma páscoa. Paulo escreveu aos Coríntios:
"Cristo é a nossa páscoa" (I Cor. 5.7). Sua morte significou o nosso
livramento, a nossa salvação. Ninguém poderá se salvar baseado em sua própria
justiça ou bondade, mas é o sangue de Jesus, o cordeiro de Deus, que nos salva.
Ele morreu para que não morramos espiritualmente, mas tenhamos a vida eterna.
Como
vimos, Deus ordenou que os filhos de Israel, os judeus, comemorassem a páscoa
todos os anos no mês de abibe, que começa em meados de marco e termina em
abril. Nos, porem, não somos israelitas, somos gentios, e, portanto, não temos
o dever de comemorar anualmente a páscoa, da maneira como eles o faziam.
Nem
mesmo os judeus têm esse dever na atualidade, pois, após a morte de Jesus,
todos os sacrifícios de animais deveriam ser abolidos. "Cristo, que é a
nossa páscoa, já foi sacrificado por nos” (I Cor. 5.7).
Atualmente,
muitas pessoas pelo mundo afora comemoram a páscoa. Essa comemoração esta
repleta de alterações em relação ao sentido original. Em lugar do cordeiro,
fazem menção aos coelhos!!! Em lugar das ervas amargas, as pessoas comem
chocolate!!! É sempre assim: procuramos algo mais fácil e mais agradável.
Não
estamos proibidos de comer chocolate (ainda bem), mas não devemos ignorar o
verdadeiro sentido da páscoa. Temos, sim, uma comemoração relacionada a essa
festa: a ceia do Senhor. Esta é a nossa páscoa. Não realizada apenas uma vez
por ano, mas todas as vezes que comemos o pão e bebemos o vinho em memória da
morte do Senhor Jesus.
Estamos
assim, a família do Senhor, comendo a carne do cordeiro e bebendo o seu sangue.
Nesse momento, nos recordamos que éramos escravos no Egito, o mundo, e que
Faraó, Satanás, nos mantinha sob o seu domínio. Mas, naquela tarde de páscoa, o
Cordeiro de Deus, o primogênito de Deus, morreu em nosso lugar. Regozijemo-nos
e alegremo-nos. O anjo da morte não nos alcançará, pois "nenhuma
condenação ha para os que estão em Cristo Jesus". Aleluia!
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